
Diariamente, a histórica cidade insular continua a receber muitos turistas. Alguns apaixonam-se pela ilha ao ponto de não voltarem às terras de origem.
Foi a primeira capital de Moçambique até 1898 quando a capital passou a ser Maputo no sul do país. Hoje, a Ilha de Moçambique é famosa pelo seu valor histórico e cultural. Nesta pequena ilha com cerca de três quilómetros de comprimento, localizada na província nortenha de Nampula, vivem perto de 15 mil pessoas.
Mas o seu futuro está em risco. Por causa das alterações climáticas, a ilha já está a ruir. Nos últimos anos, sempre que o mar enche demasiado, as águas têm invadido parte da cidade, causando estragos nas vias de acesso e nas casas. E a erosão costeira também tem aumentado, estando as alterações climáticas entre os principais factores.
Até ao momento já foram consumidos cerca de 300 metros, dentro da ilha, e mais de 500 metros na parte continental. Para proteger a ilha da erosão, o Conselho Municipal necessita de mais de três milhões de dólares.
“Temos uma parte de erosão do muro da contra-costa por causa do nível das ondas que está a subir cada vez mais, está a corroer. Também a zona do Lumbo [área continental], que também faz parte do município, está a desaparecer, assim como a zona da fortaleza e a zona da piscina, na própria ilha, que é um caso muito preocupante“, afirma Saíde Amur Gimba, presidente do Conselho Municipal da Cidade da Ilha de Moçambique.
O Governo Provincial de Nampula diz que a situação que se vive na Ilha de Moçambique não é única na província. De acordo com Omar Aquiamundo, director provincial adjunto da Cultura e Turismo, há várias outras ilhas que podem desaparecer “devido a factores de aquecimento global”.
Neste contexto, acrescenta o responsável, a Ilha de Moçambique encontra-se numa situação mais vantajosa, uma vez que possui “um gabinete de restauro e controlo”. “Há projectos concretos a acontecer que visam proteger a própria ilha. E há muitas organizações internacionais, falo da UNESCO, que olham por ela“, acrescenta.
Para travar o problema e evitar um eventual desaparecimento da cidade insular por causa da erosão, o autarca local diz que já há uma solução à vista: o Projecto de Desenvolvimento dos Municípios. “Na parte insular já temos um financiamento do PRODEMO [Projeto de Desenvolvimento dos Municípios] que vai apoiar numa extensão avaliada em dois milhões e quinhentos meticais. Esta parte não é muito crítica, mas vamos fazer para prevenção. Para a parte crítica estamos ainda a precisar de dinheiro. São valores elevados, acima de 1,5 milhões de dólares“, explica.
DW
Fonte: mmo
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