19 de março - Rio de Janeiro registra as primeiras mortes por coronavírus
Confira as principais notícias do Brasil e do mundo de 14 a 19 de março
O governo do Rio de Janeiro confirmou na quinta as duas primeiras mortes por coronavírus dentro do Estado.
A primeira vítima é uma mulher de 63 anos que morava em Miguel Pereira, no Sul do Rio. A segunda é um idoso de 69 anos que morava em Niterói.
Com isso, o Rio torna-se o segundo Estado a ter mortes confirmadas pela pandemia no Brasil. O primeiro foi São Paulo. Na quinta uma rede de saúde paulistana confirmou a morte de mais uma pessoa. no Estado.
O Ministério da Saúde confirmou na quinta que o País, tem 621 casos confirmados de coronavírus. Pelo menos oitos Estados já tem transmissão sustentada - quando não é possível saber quem passou a doença para quem - em ao menos sete Estados.
Na noite de quarta, o Cristo Redentor foi iluminado com a bandeira de todos os países que estão enfrentando a pandemia. Hospital de São Paulo é investigado pela demora para relatar casos
19 de março - Brasil fecha fronteiras
Um dia depois de afirmar que estava 'estudando' a medida, o governo brasileiro confirmou que vai fechar as fronteiras com terrestres com Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa; Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. Já havia sido confirmado anteriormente decisão semelhante envolvendo a Venezuela.
Segundo o Ministério da Justiça, o fechamento vale para fronteiras físicas, terrestres, e não atinge quem viaja de outros países de avião. O governo vai editar uma portaria específica em relação às fronteiras terrestres com o Uruguai, que ficaram de fora, por ora, das restrições anunciadas.
O texto também restringe por 15 dias a entrada no Brasil, por rodovias ou meios terrestres, de estrangeiros oriundos desses países - mas não afeta o transporte rodoviário de cargas. Há uma preocupação de integrantes do governo de que medidas como essa possam impactar ainda mais a economia brasileira.
19 de março - Itália ultrapassa a China em mortes
A Defesa Civil da Itália anunciou na quinta que o número de mortos em decorrência do novo coronavírus subiu para 3.405 no país, um aumento de de 427 óbitos em apenas 24 horas. Desta forma, a Itália ultrapassa a China na quantidade de vítimas.
A Itália é o país europeu mais afetado pela pandemia. Na noite de quarta, a imagem de múltiplo caminhões militares em fila em frente ao hospital da cidade de Bergamo, na Itália, para remover os corpos das vítimas causou comoção.
Apesar das duras notícias, a pandemia parece dar sinais de desaceleração. O números de mortos na quinta foi inferior ao do dia anterior. O número de contaminações caiu durante toda a semana.
18 e 19 de março - Eduardo Bolsonaro cria briga diplomática com a China
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criou um incidente diplomático via redes sociais na noite de quarta. O filho do presidente a republicou um post que acusa o Partido Comunista Chinês de ser o responsável pela pandemia do coronavírus que começa a afetar o Brasil. O governo do país asiático não gostou da acusação e respondeu.
'A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e à Câmara dos Deputados', disse embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. O embaixador começou a sofrer ameaças depois da resposta.
A Embaixada Chinesa respondeu de modo ainda mais agressivo, lembrando que essa postura é similar a do governo Trump: 'As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental que está infectando a amizade entre os nossos povos'.
Na quinta, o deputado soltou uma nota afirmando que não ofendeu o povo chinês, e quis apenas levantar o debate diante da crise.
Coube a outros políticos brasileiros tentar contornar a situação com o principal parceiro comercial brasileiro em um momento de crise econômica de saúde. o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pediu desculpas pela fala de Eduardo. Em nome do Senado Antonio Anastasia fez o mesmo. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que Eduardo não fala pelo governo.
Já o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu múltiplas vezes desde o início da crise a reação do governo chinês.
A postura de Eduardo ocorre em um momento que a atuação de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, durante a crise é questionada. Um levantamento da consultoria Atlas Político, que em fevereiro apontava que o presidente seria capaz de se reeleger em qualquer cenário de disputa, mostra agora que 64% dos entrevistados reprovam a forma como Bolsonaro gestionou a chegada da Covid-19. Veja a reposta do governo chinês para Eduardo.
18 de março - Os 'panelaços' contra e à favor de Bolsonaro
A briga política brasileira foi ao som de panelas na noite de quarta. Popularizado em manifestações contra Dilma Roussef, foi marcado para a noite do dia 18 um 'panelaço' contra o presidente Jair Bolsonaro.
Foram registradas manifestações em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Vitória, Belo Horizonte, Porto Alegre, Maceió, Natal, São Luis, João Pessoa, Fortaleza, Recife, Belém, Florianópolis, Goiânia, Natal, Aracaju, Teresina, Curitiba e Palmas.
A ação avançou em um momento que o Governo Federal é fortemente criticado pela sua reação contra a pandemia do coronavírus. Bolsonaro chegou a classificar a crise como 'histeria', e apoio manifestação públicas pró-governo no domingo, apesar da crise.
o presidente usou parte de sua entrevista na tarde de quarta para falar sobre o coronavírus para fazer publicidade de uma manifestação pró-governo agendada para depois do 'panela'. Foram registrados manifestações em oito capitais. Confira detalhes sobre a 'briga' de panelas
18 de março - Governo dá entrevista sobre coronavírus
Com todos de máscara, o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros deram a primeira grande coletiva do governo sobre a crise envolvendo a pandemia do coronavírus no País.
Depois de minimizar por dias a crise, Bolsonaro abriu a entrevista dizendo que o governo no momento externa 'preocupação' sobre como a pandemia pode afetar a população brasileira.
Bolsonaro foi alvo de críticas por ter apoiado as manifestação de 15 de março e cumprimentado apoiadores no dia. O presidente negou que tenha incentivado, apesar de vídeos mostrando o contrário, e disse que vai seguir 'ao lado do povo', pedindo para 'não estranharem se o virem pegando metrô lotado em São Paulo'.
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou medidas econômicas a serem tomadas durante a crise. A maior novidade foi o desejo do governo de oferecer vouchers de R$ 200 para trabalhadores autônomos e informais, que terão o maior impacto econômico durante a crise.
Já Sérgio Moro, ministro da Justiça, disse que, por enquanto, o Brasil só vai fechar a fronteira com a Venezuela, mas não descarta no futuro fazer temporariamente com outros países. Acompanhe todas as notícias do dia sobre o coronavírus.
18 de março - Mortes e shoppings fechados em SP; sem merenda no RJ
Duas das regiões mais afetadas no Brasil pelo coronavírus, São Paulo e Rio de Janeiro começaram na quarta a intensificar as medidas para evitar o aumento da pandemia.
Em São Paulo, o governador João Doria anunciou que recomendou a todos os shopping centers da capital e cidades da região metropolitana deverão ser fechados até 30 de abril. Os centros comerciais terão até o próximo dia 23 para encerrar as atividades pelo período determinado. No fim da tarde, a Prefeitura determinou que todos os comércios devem fechar, menos farmácias e os que vendem alimentos.
No Rio, a Justiça proibiu as escolas municipais de servir almoço a alunos necessitados. A medida foi um pedido Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE-RJ) que, apesar de reconhecer a importância social, vê a iniciativa como um risco para profissionais e alunos.
A postura mais forte ocorre em um momento em que os dois Estados começam a enfrentar um aumento da crise. Uma rede de saúde um São Paulo afirmou que ocorreram mais duas mortes por coronavírus em seus hospitais - elas ainda não são confirmadas pelo Ministério da Saúde. O Rio tem ao menos duas mortes que ainda estão sendo investigadas. Hospitais do Rio e SP tem profissionais infectados por coronavírus.
15 e 16 de março - Bolsonaro apoia atos durante pandemia
Dias depois de ir em rede nacional pedir para que os atos em apoio ao seu governo fossem cancelados devido à pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro não apoio os atos no domingo como entrou em contato com apoiadores.
A ação de Bolsonaro foi feita apesar das recomendações de médicos e aliados para que ele se isolasse. Na semana passada, o presidente foi considerado um caso suspeito da doença. Pelo menos 13 pessoas da comitiva que viajou com ele para os EUA voltaram com a doença. Apesar de seu teste ter dado negativo, foi recomendado seu isolamento e um novo exame. Ele entrou em contato com ao menos 272 pessoas no domingo.
Em entrevista para a rede de 'TV CNN Brasil', Bolsonaro voltou a minimizar os riscos do coronavírus. o tom foi o mesmo entre os seus apoiadores que saíram nas ruas. Um deles foi o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo.
Na segunda, Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia. Disse que ele ficar isolado seria 'um golpe' e que há um 'superdimensionamento' da crise.
O apoio das manifestações por parte do líder do Executivo já era motivo de polêmica antes da pandemia, já que elas eram voltadas contra o Congresso e o STF. Com a doença chegando ao Brasil, exacerbou ainda mais as reações contrárias entre deputados e políticos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegou a chamar a atitude de Bolsonaro de 'atentado contra a saúde pública'. O presidente do Senado, David Alcolumbre, também criticou a ação. Bolsonaro, por sua vez, desafiou ambos a irem às ruas como ele.
Outra indignada com a atitude de Bolsonaro foi a vereadora Janaina Paschoal. Antiga apoiadora do presidente e famosa por ter sido uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Roussef, Janaina disse em um discuso na Câmara dos Vereadores de São Paulo que se arrepende do voto em Bolsonaro, e que o presidente deveria se afastar do cargo depois do que fez no domingo.
No domingo, foi anunciado que os números de casos de coronavírus no Brasil saltou de 121 para 200. Em São Paulo, a maior cidade do País, a transmissão já é considerada comunitária - quando já não é possível identificar qual pessoa contaminou outra.
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