Por Edson Arante
Mesmo num cenário de estagnação do crédito à economia e de risco elevado que caracterizou 2019, os accionistas do Banco Único reportaram lucros de cerca de 505 milhões de meticais, um aumento de aproximadamente 16% face a 2018 (perto de 437 milhões de meticais).
No seu Relatório e Contas de 2019, consultado pelo “O País”, esta instituição financeira indica que este incremento dos lucros deveu-se, em parte, à manutenção de uma sólida margem financeira.
Adicionalmente, a estratégia de fidelização e dinamização levou a um aumento do número de clientes e, consequentemente, trouxe o volume de transacções, traduzindo-se em mais ganhos com comissões, atenuado por uma ligeira diminuição dos resultados com operações financeiras, um reflexo da rigidez regulamentar e do mercado cambial que se tem vindo a agravar nos últimos anos.
Com o aumento da carteira de clientes, o Banco Único viu os depósitos incrementarem 3%, ao se cifrarem em 22.515.462 milhares de meticais.
“Estes factores aliados a uma criteriosa gestão de risco e capital, com um grande enfoque na recuperação e saneamento do crédito vencido e a uma gestão cuidada dos custos operacionais, levou a que o resultado líquido aumentasse”, lê-se no Relatório e Contas do Banco Único.
Os activos situaram-se nos 27.7 mil milhões de meticais em 2019, contra 25.9 mil milhões em 2018 e 24.1 mil milhões em 2017. O capital próprio aumentou 14% (4.1 mil milhões de meticais em 2019).
Entretanto, e apesar das contas do Banco Único terem fechado “no verde” no ano passado, o crédito bruto concedido aos clientes reduziu 12%, ao situar-se nos cerca de 11.4 mil milhões de meticais, ou seja, o registo mais baixo dos últimos três anos.
E mais, os custos operacionais situaram-se nos 64% em 2019, contra 60 e 51% dos dois anos anteriores, respectivamente.
Concretamente, os custos operacionais, que incluem encargos com pessoal, os outros gastos administrativos e as amortizações do exercício, totalizaram 1.5 mil milhões de meticais, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 7,5% em relação a 2018.
Esta evolução, segundo o Banco Único, decorre do crescimento da instituição e dos seus colaboradores, bem como o investimento efectuado na revitalização da infra-estrutura informática.
“O aumento do número do quadro de pessoal de 616 para 620 colaboradores, para adequação do efectivo dos serviços centrais e da área comercial, a evolução das carreiras profissionais e ajustamento salarial ao longo do exercício, traduziu-se num aumento de 5,7% dos custos com pessoal”, refere o Relatório e Contas.
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