15 de maio - Nelson Teich deixa o Ministério da Saúde
O Brasil perdeu em menos de um mês o segundo ministro da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus. Nelson Teich deixou a pasta na manhã de sexta.
Supostamente a saída do agora ex-ministro ocorreu por discordar da novo protocolo assinado pelo presidente Jair Bolsonaro para ampliar o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 - o medicamento ainda não tem eficácia comprovado por estudos. O oncologista também não teria aguentado a pressão do governo para o relaxamento do isolamento social. Teich teria, inclusive, reclamado para colegas sobre a pressão do presidente durante a crise.
Em seu discurso de despedida, o ex-ministro evitou qualquer tipo de controvérsia. 'A vida é feita de escolhas e hoje escolhi sair. Digo a voces que dei o melhor de mim no período em que estive aqui', disse.
A passagem de Teich acaba deixando poucas marcas nas ações brasileiras contra a pandemia, além de sua própria saída. Ele foi constantemente criticado pelos secretários de saúde dos Estados pela falta de diálogo e ações concretas. Prefeitos preferiam lidar com o número 2 da pasta, o general Eduardo Pazuello, para negociar o recebimento de equipamentos. Pazuello deve assumir a Saúde pelo menos provisoriamente.
Politicamente, a queda de um segundo ministro da Saúde durante a pandemia tem um impacto muito maior no governo. 'Panelaços' puderam após o anúncio, que repercutiu inclusive na imprensa internacional. Tanto o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quanto o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, comentaram sobre a nova queda. Membros do 'Centrão' grupo da Câmara que se aproxima cada vez mais do governo, também criticaram a troca.
Enquanto o Ministério da Saúde entra novamente em crise, a pandemia do novo coronavírus continua a acelerar no Brasil. Na sexta, o governo confirmou 824 óbitos pela doença em 24 horas. Ao todo o País soma 14.817 mortes e 218.223 casos. Os bastidores da queda de Teich
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