O Pentágono divulgou nesta quinta-feira, 14, um relatório que detalha os encontros entre aviões militares dos Estados Unidos com “fenômenos aéreos não identificados”. Há menos de um mês, o governo americano retirou o sigilo de três vídeos que mostram a proximidade dos pilotos aos objetos voadores. Em nenhum momento, porém, o relatório menciona que os objetos possam ser de origem extraterrestre. A suspeita mais forte está na criatividade da Rússia e da China em criar artefatos para a espionagem.
“A aeronave não identificada parece ser de pequeno porte, de tamanho aproximado ao de uma maleta de cor prata”, descreve o relatório sobre um encontro ocorrido no dia 26 de março de 2014. Durante o episódio, o avião americano “passou a 300 metros de distância do objeto, mas foi incapaz de determinar a identidade da aeronave”, diz o relatório. O piloto “tentou ganhar contato visual com a aeronave, mas não conseguiu”, conclui.
Falta de consenso entre as autoridades e comportamento de risco da população transforma o isolamento numa bagunça. Leia nesta edição© Reprodução/VEJA Falta de consenso entre as autoridades e comportamento de risco da população transforma o isolamento numa bagunça.
O relatório descreve as aeronaves não identificadas como Sistemas Aéreos Não Tripulados (UAS, na sigla em inglês), o mesmo termo usado pelo Pentágono para se referir aos drones. O texto foi publicado pelo site The Drive que o solicitou por meio da lei de acesso à informação americana (FOIA).
Em outro encontro, de novembro de 2013, um piloto da Marinha americana conseguiu avistar uma pequena nave. “Essa aeronave tinha cerca de 2,5 metros de largura e estava pintada de branco, sem nenhum outro recurso aparente… Devido ao seu tamanho, a aeronave foi classificada como um UAS”, afirma o relatório.
Em junho de 2013, outro objeto, da mesma cor branca, foi avistado. Desta vez, ele tinha o “formato de um drone ou míssil”. O relatório aponta que o Pentágono não conseguiu determinar a origem ou quem operava esses objetos.
“Após o voo, a agência controladora entrou em contato com diversas operadoras de UAS, mas nenhuma reivindicou saber sobre as aeronaves não identificadas”, continua o relatório. O texto coloca a possibilidade de os UAS terem sido utilizados por potências rivais, como a Rússia e a China, com o objetivo de conseguir informação sobre as operações militares dos Estados Unidos.
Bola de ping-pong
Os vídeos divulgados em março já haviam sido vazados pela imprensa. O mais famoso, gravado em 2004, ao qual o relatório não faz menção, voava de forma irregular, segundo o piloto aposentado da Marinha David Fravor em entrevista à emissora CNN em 2017. “Quando me aproximei dele, ele acelerou rapidamente para o sul e desapareceu em menos de dois segundos”, relatou, acrescentando que era “como uma bola de pingue-pongue quicando em uma parede”.
O Pentágono lançou um programa para investigar os encontros com os Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) entre os anos de 2007 e 2012. Após o programa ter sido descontinuado e o público conhecer sua existência, a CNN entrevistou Luiz Elizondo, o ex-chefe da operação, que disse acreditar que “há evidência que talvez nós não estamos sozinhos”. “Essas aeronaves mostram características que os nem os Estados Unidos nem outros países possuem em seus inventários, pelo que sabemos”, afirmou.
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