Christiane F na época que ficou famosa - Divulgação
Renegada pelos pais, a jovem alemã começou a desvendar as ruas de Berlim muito cedo. Lá encontrou sua maior paixão: as drogas
A Alemanha se encontrava divida por um muro e vivia um clima de tensão por uma possível guerra com os Estados Unidos, foi nesse cenário que Christiane Vera Felscherinow nasceu, em 20 de maio de 1962, na cidade de Hamburgo.
Com seis anos de idade, se mudou com a família para Berlim e aquele foi o começo do fim. O pai era abusivo e sua mãe não dava a atenção para ela, e quando os dois se separaram, Christiane encontrou o amor que faltava dentro de sua própria casa em festas e drogas.
A boate
Aos 10 anos, a menina já iria para todos os cantos da cidade sozinha e encontrou um grupo de amigos que a levou para o mau caminho. No começo, ela recusava qualquer bebida alcoólica ou drogas, só queria se sentir amada pelas pessoas.
Os meses foram se passando e Christiane e seu grupo começaram a frequentar uma das baladas mais famosas de Berlim, a Sound. A jovem não teve apenas seu primeiro acesso a drogas, mas também a música, principalmente ao cantor David Bowie, que se tornou seu maior ídolo.
Com 13 anos, a garota já era figura carimbada da danceteria e nos corredores barulhentos do lugar, lá escutou sobre a nova droga da época: a heroína. Ela ficou receosa a principio, mas após ver seu namorado Detlef usando, achou que seria legal os dois curtirem a experiência juntos no show de seu ídolo.
Quando a droga entrou pela primeira vez em sua corrente sanguínea, a menina se viciou. O desejo constante pela droga fez que ela começasse a cometer pequenos assaltos para conseguir bancar a heroína.
Quando os furtos eram insuficientes, a jovem começou a vender seu corpo para sustentar o vício dela e de seu namorado.
Prostituição
Em sua biografia, a jovem relatou que na época, ela e seu amigo se prostituiam para conseguir dinheiro para a heroína. No começo, a rebelde era bem seletiva com seus clientes e não saia das preliminares.
Mas, com o vício aumentando, ela relata que “precisava se picar três vezes por dia”, Christiane passou a aceitar qualquer pessoa que viesse a sua procura, inclusive estrangeiros, que procuravam garotas menores de idade para ter relações sexuais.
Seus dias como prostituta duraram um ano, não porque ela decidiu que queria parar com aquela vida. Em 1977, Christiane teve uma terrível briga com o Detlef que a expulsou da casa que dividiam. Sem rumo e não tendo para onde ir, a menina foi as ruas para ganhar alguns trocados para comprar sua droga, a única coisa que ela queria naquele momento.
O que ela não contava que a policia iria prendê-la e seria julgada por tráfico e consumo de substâncias ilícitas. Mas, por um golpe do destino, dois jornalistas ficaram sabendo de sua história e propuseram a ela dar uma entrevista.
Fama repentina
A entrevista que era para ser apenas um relato para o jornal local, acabou virando o best-seller “Eu, Christiane F, 13 anos, drogada, prostituída...” que vendeu mais de cinco milhões de cópias por todo o mundo.
A jovem ficou tão famosa, que pouco tempo depois do lançamento do livro, um filme sobre sua vida foi feito, com a participação mais do que especial de David Bowie. “A heroína é parte de quem eu sou, como poderia me arrepender? Ela me fez rica, me fez famosa. Eu viajei no jatinho do David Bowie, e tudo por causa dela” a mulher disse durante entrevista.
Naquele momento a jovem alemã se tornou uma referência da cultura pop e trouxe a tona um debate sobre o consumo de drogas entre os jovens. Nessa época, a adolescente tentou ficar limpa por um tempo, mas em 1983, quando foi presa na casa de seu namorado, que também era um traficante, ela revelou que nunca parado com seu vício.
No mesmo período, a escritora ainda contraiu hepatite C e teve cirrose hepática. Após o sucesso que teve com o lançamento literário ela ficou um bom tempo afastada dos grandes veículos de comunicação para tentar se curar.
Até 2014, quando ela, agora com 56 anos, lançou mais um livro “Christiane F – a vida apesar de tudo” dizendo que ainda sofre com seus vícios e sabe que o fim está próximo, mas que não faria nada de diferente. “Eu morrerei em breve. Eu sei disso. Mas eu não deixei de fazer nada em minha vida. Estou bem com isso. Então, eu não recomendaria: essa não é a melhor vida para se viver, mas é a minha vida”.
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