sábado, 2 de maio de 2020

Protesto na Califórnia pede fim do isolamento por coronavírus

© REUTERS - KYLE GRILLOT

Milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (1) na Califórnia (Estados Unidos) para exigir a revogação da ordem de confinamento, em vigor há seis semanas para combater o coronavírus. Os manifestantes traziam bandeiras e faixas, e alguns usavam bonés de campanha do presidente Donald Trump, que concorre à reeleição.
Atos como este foram realizados em 11 cidades do estado mais populoso do país, incluindo a capital, Sacramento, San Francisco, Los Angeles e San Diego. O distanciamento social não foi seguido e poucos usavam máscara de proteção.
"Abram a Califórnia, abram a Califórnia!", gritaram manifestantes perto das praias de Huntington Beach, que foram fechadas por ordem do governador Gavin Newsom. No último fim de semana, o local recebeu milhares de pessoas, apesar das medidas de isolamento em vigor.
Praias lotadas
As praias dos condados de Los Angeles e San Diego estão fechadas ao público há semanas, ao contrário das do vizinho Orange, que abrange Huntington e Newport Beach. Abertas, ambas estavam atraindo dezenas de milhares de visitantes.
"Todos os trabalhos são essenciais", "A liberdade é essencial", diziam cartazes exibidos por cerca de 700 manifestantes em Huntington Beach, a 55 km de Los Angeles. O protesto foi acompanhado à distância pela polícia montada.
"O fechamento da praia foi desnecessário. Também estamos dizendo que já é suficiente, temos o direito de trabalhar. É hora de o governador permitir que as pessoas saudáveis possam voltar a seus negócios", disse a manifestante Monica Beilhard.
Este tipo de protesto vem ocorrendo há dias em várias partes dos Estados Unidos, onde mais de 64 mil pessoas foram mortas pela Covid-19. Eles costumam ser liderados por grupos de apoiadores do presidente Trump, que se manifestou ansioso para reativar a economia americana.
"Somos americanos, somos livres"
"O que queremos?", perguntava um manifestante que usava um megafone na manifestação de Los Angeles, realizada em frente à prefeitura e que reuniu centenas de pessoas. "Liberdade!", respondia a multidão.
"Somos americanos, somos livres", disse à AFP Ali Taylor. "Queremos nossos parques e praias abertos, queremos viver com liberdade e ele (Newsom) está nos confinando em casa."
"Outros estados estão abrindo. Gavin Newsom tem que seguir essa linha", pediu Devin Burke.
Manifestantes armados
Em Sacramento, a polícia prendeu dezenas de pessoas que se recusaram a desocupar a escada do Capitólio, informou a imprensa local. Em Nova York e Chicago, também houve protestos nesta sexta-feira, um dia depois que, em Lansing (Michigan), manifestantes armados, alguns com fuzis, entraram no prédio do legislativo para exigir o fim do confinamento.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira que entende a "frustração e preocupação" por trás dos protestos: "Uma ansiedade profundamente compreensível sobre a economia, o destino e o futuro de suas famílias."
Newsom anunciou que, em "dias", fará anúncios sobre as medidas para reduzir o confinamento. "Proteja seus filhos, pais, avós, amigos, vizinhos, pessoas que estão protestando", insistiu. "Cuide-se, cubra o rosto, respeite a distância física. Você não quer contrair esta doença", que "não distingue se você é um manifestante, se é um democrata ou republicano", assinalou o governador.
A Califórnia registrou 91 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos para 2.073, dos quase 50,5 mil casos positivos.
Com informações da AFP
RFI


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