© Bruno Ribeiro/Estadão O governador de São Paulo, João Doria, ao lado de autoridades de Saúde
A taxa de isolamento no Estado ficou em 47% nesta terça e em 48% na capital paulista. O número está abaixo de 50% e vem preocupando o governo. A meta é de 60% e o ideal, para evitar o colapso do sistema de saúde, seria 70%.
Doria e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, David Uip, afirmaram não haverá condições de relaxar o isolamento social vigente no Estado caso esses números não sejam alcançados. "Infelizmente, não estamos atingindo essa meta", disse Doria.
O governador, entretanto, negou que o afastamento da meta tenha relação com o anúncio, feito por ele no último dia 22, de uma abertura econômica a partir do dia 10. Antes do anúncio, o isolamento ficou abaixo dos 50% em três datas. Após o anúncio, foram em nove dias. Para o governador, o principal fator que estimulou a baixa adesão foi o "mau exemplo" dado pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem saído aos fins de semana e reunindo multidões em Brasília.
"O índice de isolamento é um índice importante, mas é (apenas) um deles", disse Uip , ao afirmar, por outro lado, que há outros fatores para determinar uma futura abertura do Estado, como a quantidade de leitos vagos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A ocupação dos leitos no Estado como um todo, nesta quarta, é de 67,2%. Na região metropolitana da capital, é de 86,6%.
Doria afirmou que a Polícia Militar de São Paulo não fará a fiscalização do uso de máscaras nas ruas. O uso do material será obrigatório a partir desta quinta, 7, por determinação do governador. Na capital, o prefeito Bruno Covas (PSDB) publicou decreto determinando que essa atribuição ficaria com a PM, mas Doria disse que essa atribuição ficará a cargo das prefeituras.
"Não estou preocupado nem com empatia nem com simpatia. Estou preocupado com vidas", disse o governador, ao comentar a resistência de prefeitos a adoção das medidas.
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