Nos últimos dois anos tem sido registado com frequência roubos de material ferroviário, nas linhas de Sena, que liga Beira e Moatize e Linha de Machipanda, que liga o Porto da Beira ao vizinho Zimbabwe. Acredita-se que os materiais roubados estejam a ser vendidos as empresas de fundição que foram surgindo no período em referência, entre as cidades da Beira e Dondo.
Aliás, já foram apreendidas viaturas e detidos indivíduos na posse de materiais retirados nas linhas férreas em referência a venderem os produtos roubados as empresas de fundição.
Nas mesmas empresas também já foram encontrados carvão mineral de Moatize cujo supostos proprietários tiveram dificuldade de apontar a origem. Os indiciados são sempre soltos por falta de prova.
Esta terça-feira, mais uma denúncia popular levou a polícia até uma empresa chinesa de fundição, localizada no bairro de Cerâmica, na cidade da Beira.
A polícia teve imensas dificuldades para ter acesso ao interior da mesma, facto que só veio a acontecer meia hora depois de inúmeras insistências. No interior da empresa foram encontrados diversos materiais ferroviários, entre eles Carris de 40 a 45 quilogramas, Pandrões, que são materiais de fixação de carris e chumbadores.
Boaventura Mahave, director Ferroviário dos Caminhos-de-ferro de Moçambique-Centro, referiu que o material ferroviário encontrado na empresa chinesa, faz parte dos materiais das Linhas de Sena e de Machipanda.
“Estamos a acumular enormes prejuízos nos últimos dois anos. Registamos roubos todos os dias. O que nos preocupa é que já foram apanhados alguns autores dos roubos e eram as mesmas pessoas e mesmas viaturas. São roubos que um dia irão culminar em tragedia pois são linhas onde circulam comboios de passageiros e mercadorias. Uma desatenção nossa registaremos uma catástrofe”, explicou Mahave.
O advogado da empresa indiciada de ser conivente no roubo do material das linhas férreas em Sofala, alegou que ainda é cedo para se concluir que os varões foram produzidos na base de material roubado e admitiu a possibilidade da empresa ter sido enganada, ou seja, que a empresa tenha comprado material roubado.
A polícia garantiu que vai investigar este caso, tendo em conta que a empresa tem adquirido a matéria-prima para o fabrico de varões no período noturno.
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