O país. Por Amândio Borges
Mais de duzentas famílias vítimas do deslizamento da lixeira de Hulene, abrangidas pelo subsídio de mobilidade, amotinaram-se esta terça-feira nas proximidades do município de Maputo exigindo o pagamento dos dez mil meticais destinado ao arrendamento de casas, que não está a ser canalizado há dois meses.
Foi há 19 de Fevereiro de 2018 que o destino de 256 famílias mudou de rumo. Nessa data pela madrugada a lixeira de Hulene desabou matando 16 pessoas e para se criar um perímetro de segurança naquela área muitas famílias tiveram que ser reassentadas. Sem casas para habitar a solução encontrada pelo governo foi alocar o chamado subsídio de mobilidade no valor de dez mil meticais mês por cada família para que pagasse renda enquanto não se encontra uma solução definitiva. E a solução encontrada foi a construção de casas no Bairro “Possulane” no distrito de Marracuene, província de Maputo, mas as obras pararam devido a um aparente diferendo que opõe o governo Distrital e a família detentora do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra da parcela onde estão a ser construídas as moradias.
Volvidos dois anos, o dinheiro não tem sido canalizado regularmente. E os benefícios dizem que a situação está a causar problemas com os proprietários das casas onde arrendaram. António Massingue um dos beneficiários que falou à reportagem do “O País” disse que “viemos cá porque há dois meses que não estamos a receber o valor para o pagamento da renda das casas onde estamos a viver. Até cá não há nenhuma resposta plausível para saber quando é que vamos receber o valor”.
Argentina Germano é outra mãe de família que sentava no passeio da Avenida Ho Chi Min à espera de alguma resposta da edilidade de Maputo liderado por Eneas Comiche. Argentina diz ser difícil viver nos últimos tempos por falta desses pagamentos. “ Não sabemos para onde e que nos vamos porque estamos a sofrer porque os donos das casas precisam do valor e nos não temos valor para pagar. Então eu não sei quando é que isto vai terminar”.
O município de Maputo através da vereadora do pelouro de saúde e acção social, Alice Abreu faz saber que há um acordo entre estas famílias e o governo através do ministério da terra e ambiente visando a canalização trimestral de 30 mil meticais a cada família e foi pago a última vez em Abril. “Temos plena consciência de que de facto há atrasos com relação a este pagamento porque as famílias de facto precisam deste valor para o pagamento do arrendamento nas residências onde essas familiais estão a residir. Gostaríamos de apelar à calma e dizer que quer o conselho municipal assim como o Ministério da Terra e Ambiente estão ciente disso e tudo está a ser feito para que num breve espaço de tempo possamos fazer o pagamento do subsidio de mobilidade tendo em conta os compromissos assumidos” explicou a vereadora municipal.
Refira-se que o governo transfere anualmente para o município de Maputo 32 milhões de meticais para o subsídio de mobilidade.
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