Fruto do colonialismo e criação de uma mente pouco pé no chão, o Grande Hotel da Beira, localizado em Beira, Moçambique, foi criado com apenas poucos mais de 120 quartos. Com apenas três andares, contava com uma enorme estrutura, a qual possuía, entre outros atrativos, lojas, restaurantes, correios, cinema, piscina olímpica, bares, salões e mais salões, halls diversos, ou seja, o visitante não precisaria sair de lá para ir na cidade para coisa alguma. Porém, desde o início percebeu-se que os cento e vinte e poucos quartos não conseguiriam pagar as despesas do hotel e dar lucro ao mesmo tempo.
Inaugurado em 1955, era "o orgulho da África", o mais luxuoso hotel do continente, mas algo nele não atraiu a elite esperada e na década seguinte ele foi fechado e transformado em um centro para convenções e hospedagem de seus participantes.
Após a independência do país em 1975 o Grande Hotel foi ocupado e utilizado por militares de várias formas desde usar seus porões para prender presos políticos a usar um andar inteiro como estar dos oficiais.
Suas portas fecharam definitivamente após a festa de fim de ano de 1980, e então começa uma nova história do lugar, uma segunda vida, mesmo após sua morte: a população tomou conta do local e habita lá até hoje.
De início tudo foi depredado, saqueado, vendido e muitas pessoas foram para lá depois da guerra civil.
As pessoas que moram lá declaram só estarem lá por pura necessidade e que prefeririam não morar mais lá. As relações que se estabeleceram - numa sociedade que acostumada a viver em pequenas comunidades e que agora passa a viver em um prédio de apartamentos - são estranhas á todos e os habitantes do hotel são chamados de "watho muno", o que quer dizer "um de lá", do Grande hotel. Não se vê os vizinhos.
Atualmente o hotel enfrenta graves problemas estruturais, frutos de sua falta de manutenção desde seu abandono e ocupação em 1981. Problemas que vão desde quedas de lajes inteiras a árvores que crescem nos telhados. Esquecido pelas autoridades, o Grande Hotel da Beira é um exemplo de como a ocupação pós abandono se dá, nesse caso, por pura necessidade.
Um lugar esquecido pelas autoridades locais. Mas, não podemos esquecer que umas 750 famílias ou seja, quase 4 mil vivem alí.
Fontes da pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Hotel_da_Beira
http://cidadedabeira.tripod.com/Fotos/GrandeHotel/ghotel.htm
http://www.flickr.com/photos/rabanito/with/6753740843/#photo_6753740843
http://www.flickr.com/photos/84269782@N00/page128/
http://www.flickr.com/photos/67771650@N03/with/6839545060/#photo_6839545060
Lugares esquecidos