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domingo, 15 de março de 2020

Do coronavirus a gripe espanhola: as maiores pandemias da humanidade

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Mega curioso
coronavírus (covid-19) foio considerado uma pandemia pela OMS. A doença, que foi registrada primeiramente na província de Wuhan, na China, se espalhou pelo mundo. Eventos esportivos e culturais cancelados, cidades vazias e o medo no rosto das pessoas tem se espalhado com uma epidemia de proporções grandes.
As previsões acreditam que o vírus – que tem índice de letalidade de 2%, mas de 15% em pessoas com mais de 80 anos – pode infectar até 70% da população mundial. A alta prevalência esperada colocará o coronavírus no posto de uma das maiores pandemias de todos os tempos. Mas quais as outras grandes pandemias da história da humanidade?

Gripe Espanhola

© Yuri Ferreira
Especialistas dizem que o coronavírus pode ser a maior epidemia da história desde a Gripe Espanhola. No entanto, o que foi essa pandemia?
gripe espanhola foi uma variação do vírus Influenza (comumente associado às gripes recorrentes e ao H1N1). Essa mutação do vírus da gripe começou na Espanha no início de 1917 e se tornou uma das mais resistentes doenças de todos os tempos. A letalidade da gripe variou entre 6% a 8% durante o surto.
Com estimativa entre 17 e 100 milhões de mortos ao redor de todo o mundo, a Gripe Espanhola infectou 27% da população mundial e milhares de pessoas no Brasil. Precisa-se que mais de 35 mil pessoas tenham morrido no nosso país. Uma delas foi o presidente Rodrigues Alves, que faleceu antes de assumir a presidência pela segunda vez.

Peste Bubônica

© Yuri Ferreira
A peste bubônica é uma doença causada por uma bactéria presente em ratos pretos. Pulgas que morderam os ratos ao entrar em contato com os humanos transmitem a doença, que causa febre, dores de cabeça, e vômitos e um inchaço enorme dos gânglios linfáticos, além de manchas pretas ao redor da pele.
A doença passou a se espalhar por toda a Europa e estima-se que ela tenha matado mais de 50 milhões de pessoas entre 1343 e 1353. A falta de higiene, saneamento e especialmente da medicina na Europa dificultou a contenção da Peste.
A doença se espalhou por toda a China, Oriente Médio, Rússia e chegou até a Escócia. O poeta italiano Giovanni Boccaccio, que viveu durante o período, descreveu a peste dessa maneira:
“Apareciam, no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo; cresciam umas mais, outras menos; chamava-as o povo de bubões. Em seguida o aspecto da doença começou a alterar-se; começou a colocar manchas de cor negra ou lívidas nos enfermos. Tais manchas estavam nos braços, nas coxas e em outros lugares do corpo. Em algumas pessoas as manchas apareciam grandes e esparsas; em outras eram pequenas e abundantes. E, do mesmo modo como, a princípio, o bubão fora e ainda era indício inevitável de morte, também as manchas passaram a ser mortais”.

Varíola

© Yuri Ferreira
A Varíola é uma doença que assolou a humanidade por muito tempo. Registros mostram que o faraó Ramsés II morreu da doença. A smallpox está erradicada no planeta desde 1980 graças a uma grande campanha de vacinação, mas entre 1896 e sua erradicação, cerca de 300 milhões de pessoas morreram graças ao vírus.
Edward Jenner descobriu a vacina da varíola em 1796, a primeira vacina de todos os tempos. Apesar disso, a capacidade de vacinação global da doença, que tinha taxa de mortalidade de 30%, se manteve na humanidade até os anos 80. Transmitida por via aérea, a doença causa uma série de verrugas cheias de pus no corpo do infectado.

Tifo

© Yuri Ferreira
O surto de Tifo matou mais de 3 milhões de pessoas entre 1918 e 1922. As condições pós Primeira Guerra deixadas na Europa criaram um ambiente de miséria altamente propício para o desenvolvimento de doenças. Uma precária rede de saneamento e detecção acabou espalhando ratos por todo o continente, especialmente na Rússia.
O Tifo tem uma origem similar à da Peste Bubônica. Sua transmissão é justamente originada de pulgas que morderam ratos infectados. Os sintomas da doença são dor de cabeça e nas articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas.

Cólera

© Yuri Ferreira
cólera é uma doença que ainda não foi erradicada e matou entre 1817 e 1824 milhares de pessoas ao redor do mundo todo. Acredita-se que essa tenha sido de fato a primeira epidemia que alcançou todos os continentes, ao contrário da Peste Negra, que se manteve na Eurásia e Norte da África.
O vírus da cólera libera uma toxina que provoca diarreia intensa e o portador da doença pode acabar morrendo por desidratação. Seu espalhamento é similar ao de poliomelite: água e alimentos infectados pelo vírus são a principal maneira de infecção. Segundo a OMS, 100 a 120 mil pessoas morrem todos os anos devido a doença, que poderia ser erradicada com vacinação e saneamento básico universal.

Tuberculose

© Yuri Ferreira
Os poetas românticos brasileiros tanto escreveram sobre o “Mal do Século” que você talvez tenha aprendido sobre o  surto de tuberculose que ocorreu entre 1850 e 1950. A doença que ataca o sistema respiratório acometeu milhões de pessoas no Brasil e no mundo e acredita-se que mais de 1 bilhão de pessoas tenham morrido durante o período devido a doença.
Causado por uma bactéria – bacilo de Koch -, a tuberculose só conseguiu ser eficientemente tratada pela penicilina, antibiótico descobrido por Alexander Fleming. Hoje, a doença é considerada controlada, mas ainda afeta regiões mais pobres do planeta e especialmente portadores de HIV.

HIV

© Yuri Ferreira
Desde 1980, acredita que mais de 20 milhões de pessoas tenham morrido devido a complicações causadas pela AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Causada pelo vírus do HIV, que é transmitido sexualmente, a epidemia de AIDS começou na década de 80 e continua a redor do mundo, especialmente porque nenhuma cura para a doença foi encontrada.
Existem duas prevenções para o HIV: camisinha e profilaxia pré-exposição (o PrEP). Entretanto, após o surto dos anos 80 e a forte educação contra a AIDS, menos precaução tem sido tomada, o que causou um aumento de 21% dos casos no Brasil entre 2010 e 2018. Por isso, é importante ficar atento com a HIV, uma das maiores epidemias da história que perdura e ainda não tem cura.
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